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Sou professora de Português, e este blog é mais um recurso para ajudar meus alunos em suas atividades escolares. Seleciono textos e atividades que os ajudarão na suas necessidades. Aqui tem resumos dos conteúdos, textos para leitura, exercícios para resolver e resolvidos que se tornarão acessível aos alunos, que por ventura, perderam aula ou que precisam de um reforço escolar. Além disso disponho deste espaço para postar meus poemas, artigos e mensagens variadas. Espero que gostem.

quarta-feira, março 30

ortografia dos porquês,mal,mau



acentuação

O uso da vírgula no interior de orações:

• Separar elementos que exercem a mesma função sintática.
Ex: “Tivera pai, mãe, marido, dois filhos. Todos aos poucos tinham morrido.” (nesse exemplo a vírgula separa uma série de objetos diretos do verbo “ter”.)
                                                         LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira.

Quando elementos que têm mesma função sintática aparecem unidos pelas conjunções e, nem e ou, não se usa vírgulas, a não ser que as conjunções apareçam repetidas:
Ex: Tenho muito cuidado com meus livros e meus CD’s.
       Ou você, ou sua esposa deve comparecer à escola de seu filho.

• Para indicar que uma palavra, geralmente verbo, foi suprimida.
Ex: Patrícia, a todos os seus irmãos, deu um presente de Natal; ao marido, apenas um beijo. (A vírgula após “marido" está indicando a supressão do verbo “dar”.)

• Isolar vocativo.
Ex: - E agora, meu marido, aceito ou não o emprego?

• Isolar aposto.
Ex: Goiânia, capital de Goiás, é uma cidade que tem belas mulheres.

• Isolar complemento verbal ou nominal antecipados.
Ex: Um medo terrível, eu senti naquele momento. (inversão do objeto direto)
De cobra, eu morro de medo! (inversão do complemento nominal)

• Isolar adjunto adverbial antecipado.
Ex: “Dizem muito que, no Brasil, os corruptos ficam soltos enquanto os ladrões de galinha vão para a cadeia.”
                                               VERISSIMO, Luis Fernando. Novas comédias da vida
                                                                             pública – A versão dos afogados.
  
• Isolar nome de lugar, quando se transcrevem datas.
Ex: Goiânia, 21 de janeiro de 2001.

• Isolar conjunções intercaladas.
Ex: A ferida já foi tratada. É preciso, porém, cuidar para que não infeccione.

• Intercalar expressões como “em suma”, “isto é”, “ou seja”, “vale dizer”, “a propósito”.
Ex: Preciso dar uma maquiada no texto, ou seja, subentender algumas idéias.

Uso da vírgula entre orações

A vírgula é usada para:


• Separar as orações coordenadas assindéticas e as sindéticas que não sejam introduzidas pela conjunção e:
Ex: Cheguei, peguei o livro, voltei correndo para o curso.
       Há aqueles que se esforçam muito, porém nunca são reconhecidos.

É aconselhável usar a vírgula quando a conjunção e:

- aparece repetida no período:
Ex: Passaram aqui para perguntar, e questionar, e amolar, e comprometer.

- aparece entre orações de sujeitos diferentes:
Ex: O tempo estava nublado, e o piloto desistiu do vôo.

- não tem sentido de adição:
Ex: A senhora apertou a campainha, e ninguém veio atender. ( o e tem valor de conjunção adversativa)

• Isolar orações intercaladas.
Ex: E o ladrão, perguntei eu, foi condenado ou não?

• Isolar orações adjetivas explicativas.
Ex: As frutas, que estavam maduras, caíram no chão.

• Isolar orações adverbiais.
Ex: “Fiquei tão alegre com esta idéia, que ainda agora me treme a pena na mão.”
                                                                                                      (Machado de Assis)

• Isolar orações reduzidas.
Ex: “Para serenar a roda, propus novo chope.” (Cyro dos Anjos)

ARTIGOS RECOMENDADOS

domingo, março 13

exercícios resolvidos sobre o uso da vírgula

GABARITO COMENTADO
1. Neguei-o eu, e nego. (Rui Barbosa)
Regra: objeto direito pleonástico, enfático ou redundante.
2. O amor, por exemplo, é um sacerdócio. (Machado de Assis)
Regra: expressão explicativa intercalada.
3. Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura.
(Manuel Bandeira)
Regra: separação de orações e caso de enumeração.
4. Por onde fordes, ela irá convosco. (Carlos Drummond de Andrade)
Regra: oração adverbial anteposta.
5. Além da conversa das mulheres, são os sonhos que seguram o mundo na sua órbita. (José Saramago)
Regra: adjunto adverbial anteposto.
6. A política não é uma ciência, mas uma arte. (Otto Von Bismarck)
Regra: conjunção coordenativa adversativa.

7. Não tenha pressa, mas não perca tempo. (José Saramago)
Regra: conjunção coordenativa adversativa.
08. Se a montanha não vem a Maomé, Maomé vai à montanha. (Maomé)
Regra: oração adverbial anteposta.
9. Assim é, se lhe parece. (Luigi Pirandello)
Regra: oração adverbial posposta (há facultatividade na vírgula)
10. Para morrer com estilo, viver em Barroco. (Umberto Eco)
Regra: a vírgula e a supressão de termo (elipse).
11. Eras muito, eras todos, e nunca eras ninguém. (Fernando Pessoa)
Regra: a vírgula para separar orações.
12. O experimento nunca erra, somente erram vossos juízos. (Leonardo da Vinci)
Regra: a vírgula para separar orações.
13. Penso, logo existo. (René Descartes)
Regra: a vírgula antes de conjunção coordenativa.
14. Säo Paulo dá café, Minas dá leite e a Vila Isabel dá samba(Noel Rosa).
Regra: a vírgula para separar orações.
15. Em se plantando, tudo dá. (Pero Vaz de Caminha)
Regra: oração adverbial anteposta (reduzida de gerúndio).
16. Ou afundar, ou nadar. (W. Shakespeare)
Regra: a vírgula com repetição propositada de conjunção (polissíndeto).
17. Vim, vi e venci! (Júlio César)
Regra: a vírgula para separar orações.
18. Eu não sou ministro, eu estou ministro. (Eduardo Matos Portela)
Regra: a vírgula para separar orações.
19. Livre nasci, livre vivo, livre morrerei. (Pietro Aretino)
Regra: a vírgula para separar orações.
20. Não lamento morrer, mas deixar de viver (François Mitterrand)
Regra: a vírgula antes de conjunção coordenativa.
21. Enquanto se ameaça, descansa o ameaçado. (Miguel de Cervantes)
Regra: oração subordinada adverbial anteposta.
22. Amai, amai, que tudo mais é nada. (La Fontaine)
Regra: (I) a vírgula para separar termos repetidos; (II) a vírgula para separar orações.
23. Pisado, o menor verme se revira. (W. Shakespeare)
Regra: oração adverbial anteposta, reduzida de particípio.

24. Nós, as mulheres, não somos tão fáceis de conhecer! (Santa Teresa de Ávila)
Regra: a vírgula e o aposto.
25. O sertanejo é, antes de tudo, um forte. (Euclides da Cunha)
Regra: expressões explicativas intercaladas.
26. Eu levo a primeira parte, porque me chamo leão. (Fedro)
Regra: a vírgula antes de conjunção causal, separando orações.
27. Onde é necessário vencer, convém ceder. (Quintiliano)
Regra: oração subordinada adverbial anteposta.
28. Se todos fossem humoristas, não tinha graça nenhuma. (Renato Pereira)
Regra: oração subordinada adverbial anteposta.
29. Se deves julgar, investiga. Se deves reinar, manda. (Sêneca)
Regra: oração subordinada adverbial anteposta.
30. Já se ouve cantar o negro, pela agreste imensidäo. (Cecília Meireles)
Regra: a vírgula e o adjunto adverbial posposto (facultatividade).
31. Eles mandam, e vós servis; eles dormem, e vós velais; eles descansam, e vós trabalhais; eles gozam
o fruto de vossos trabalhos, e o que vós colheis deles é um trabalho sobre outro. (Antônio Vieira)
Regra: a vírgula para separar orações, com sujeitos distintos, sendo aquelas unidas pela partícula “e”.
32. Brasília, Capital da República, foi fundada em 1960.
Regra: (I) a vírgula e os topônimos; (II) a vírgula e o aposto.
33. A poesia, a dança, a escultura, a música, tudo é forma de expressão.
Regra: a vírgula para separar enumerações.
34. Minha casa tem dois dormitórios, dois banheiros, uma cozinha, uma sala e um pequeno quintal.
Regra: a vírgula para separar enumerações.
35. A poluição ambiental, meus senhores, tem sido um grave problema.
Regra: a vírgula e o vocativo.
36. O senhor Carlos, chefe da empresa, adiou a decisão.
Regra: a vírgula e o aposto.
37. Maria, o chefe da firma vai promover você!
Regra: a vírgula e o vocativo.
38. Naquele dia, porém, ninguém se manifestou.
Regra: a vírgula e a conjunção coordenativa intercalada.
39. No inverno, ela me deixou. Felizmente, tudo acabou bem.
Regra: adjuntos adverbiais antepostos.
40. Quero que você volte, ou melhor, fique comigo para sempre.
Regra: a vírgula e a expressão corretiva intercalada.

41. O lobo, com cautela, caça.
Regra: adjunto adverbial intercalado.
42. Não tenho tudo que amo, mas amo tudo que tenho.
Regra: a vírgula antes de conjunção coordenativa adversativa.
43. O programa, quando é bom, não trava a operação da máquina.
Regra: oração adjetiva explicativa.
44. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.
Regra: a vírgula para separar os instrumentos normativos das datas respectivas.
45. Eu vou, mas volto. Ficarei aqui até Lídia, a orgulhosa, resolver olhar para mim.
Regra: (I) a vírgula antes de conjunção coordenativa adversativa; (II) a vírgula e o aposto.
46. Venha ao quadro, Tatiana.
Regra: a vírgula e o aposto.
47. No meio do salão, a mesa de jantar. E sobre a mesa, o corpo do preto velho...
Regra: a vírgula e a elipse.
48. A mãe se fora para a cozinha, e Rafael olhava pra ele.
Regra: a vírgula e as orações distintas, com sujeitos distintos, sendo aquelas unidas pela partícula “e”.
49. Rondo-te, e arquejo, e choro, ó cidadela!
Regra: (I) polissíndeto e (II) vocativo.
50. Não necessitavam de dinheiro nem de auxílio.
Regra: não há vírgula com a conjunção “nem”.
51. Não estudava Física, nem Química, nem Matemática, nem História.
Regra: a vírgula e o polissíndeto (repetição de conjunção)
52. Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.
Regra: a vírgula e a elipse.
53. As folhas, levou-as o vento.
Regra: a vírgula e o objeto direto pleonástico.
54. Ao homem, deu-lhe Deus a sensibilidade para amar o bem.
Regra: a vírgula e o objeto indireto pleonástico.
55. Você virá? Não, porque tenho compromissos.
Regra: a vírgula após o “não”, nas respostas.
56. Aqueles candidatos prometem, e não cumprem o que dizem.
Regra: a vírgula e a conjunção “e” como sinônima de “mas” – uma conjunção coordenada adversativa.

57. Casa de ferreiro, espeto de pau.
Regra: a vírgula e as idéias paralelas nos provérbios.
58. Os jovens buscam a felicidade na novidade; os velhos, nos hábitos.
Regra: a vírgula e o zeugma (elipse).
59. O vento soprou tão forte que arrancou mais de uma árvore.
Regra: não há vírgula nas orações subordinadas adverbiais consecutivas.
60. Era um político tão vaidoso, estava tão certo de que venceria as eleições que já não escondia da
imprensa seus planos de governo.
Regra: (I) a vírgula para separar orações; (II) não há vírgula nas orações subordinadas adverbiais
consecutivas.
61. “A equipe de professores da escola acreditava que toda criança que receber uma boa informação
antes dos 6 anos dificilmente ficará no ensino fundamental.” (Imprensa)
Regra: sem vírgula entre sujeito e predicado.
62. “A conceituada Escola de Artes do Grande ABC abre inscrições para seus testes no período de 18 a
30 de novembro.” (Imprensa)
Regra: sem vírgula entre sujeito e predicado.
63. “A atriz Demi Moore recebeu 12,5 milhões de dólares para aparecer em Striptease...” (Imprensa)
Regra: sem vírgula entre sujeito e predicado.
64. "Disse, e repito, sem incorrer em afronta ao mestre..." (Rui Barbosa)
Regra: a vírgula e a oração de realce (termos pleonásticos).

fonte : W W W . P R O F E S S O R S A B B A G . C O M . B R

dicas de Portugues

1ª) PORQUE, POR QUE, PORQUÊ ou POR QUÊ?
1)    PORQUE é conjunção causal ou explicativa:
“Ele viajou porque foi chamado para assinar o contrato.”
“Ele não foi porque estava doente.”
“Abra a janela porque o calor está insuportável.”
“Ele deve estar em casa porque a luz está acesa.”
2)    PORQUÊ é a forma substantivada (=antecedida de artigo “o” ou “um”):
“Quero saber o porquê da sua decisão.”
“A professora quer um porquê para isso tudo.”
3)    POR QUÊ = no fim da frase (antes de pausa):
“Ele não viajou por quê?”
“Se ele mentiu, eu queria saber por quê.”
“Quero saber por quê, onde e quando.”
4)    POR QUE
a)    em frases interrogativas diretas ou indiretas:
“Por que você não foi?” (=pergunta direta)
“Gostaria de saber por que você não foi.” (=pergunta indireta)
b)    quando for substituível por por qual, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais:
“Só eu sei as esquinas por que passei.” (=pelas quais)
“É um drama por que muitos estão passando.” (=pelo qual)
c)    quando houver a palavra motivo antes, depois ou subentendida:
“Desconheço os motivos por que a viagem foi adiada.” (=pelos quais)
“Não sei por que motivo ele não veio.” (=por qual)
“Não sei por que ele não veio.” (=por que motivo, por qual motivo)
2ª)  MAL ou MAU?
1)    MAU é adjetivo e se opõe a BOM:
“Ele é um MAU profissional.” (x BOM profissional);
“Ele está de MAU humor. “ (x BOM humor);
“O lobo MAU…” (x O lobo BOM…)
2)    MAL pode ser:
a)    advérbio (=opõe-se a BEM):
“Ele está trabalhando MAL.” (x trabalhando BEM);
“Ele foi MAL treinado.” (x BEM treinado);
“Ele se comportou muito MAL.” (x se comportou muito BEM)
b)    conjunção (=logo que, assim que, quando):
“MAL você chegou, todos se levantaram.” (=assim que você chegou);
“MAL saiu de casa, foi assaltado.” (=logo que saiu de casa)
c)    substantivo (=doença, defeito, problema):
“Ele está com um MAL incurável.” (=doença);
“O seu MAL é não ouvir os outros.” (=defeito). 



3ª) “Meio-dia e MEIO ou MEIA?”
O certo é “meio-dia e MEIA”.
MEIO (=metade) é um numeral fracionário. Os numerais devem concordar com os substantivos a que se referem: UMA hora da tarde, DUAS mil pessoas, DUZENTOS gramas de mortadela, PRIMEIRO candidato, SEGUNDA questão…
Observe mais alguns exemplos:
“Chupou MEIO limão e MEIA laranja.”
“Leu um capítulo e MEIO.” (=meio capítulo)
“Leu uma página e MEIA.” (=meia página)
“Bebeu um litro e MEIO de vodca.” (=meio litro)
“Bebeu uma garrafa e MEIA de cerveja.” (=meia garrafa)
“São duas e MEIA da tarde.” (=meia hora)
“É meia-noite e MEIA.” (=meia hora)
“É meio-dia e MEIA.” (=meia hora)
6ª) “Ela ficou MEIA ou MEIO nervosa?”
O certo é “MEIO nervosa”.
MEIO (=mais ou menos, um pouco) é advérbio de intensidade. Os advérbios não se flexionam.
Observe os exemplos:
“A aluna ficou MUITO nervosa.”
“A aluna ficou POUCO nervosa.”
Logo:          “A aluna ficou MEIO nervosa.”
Para facilitar a nossa vida, podemos decorar o seguinte:
“MEIO, no sentido de “mais ou menos”, é sempre MEIO (forma não flexionada = masculino singular).”
“Ela estava MEIO aborrecida.”
“Os clientes andam MEIO insatisfeitos.”
Observe a diferença:
a)    “A diretoria está MEIO insatisfeita.” (=a diretoria está mais ou menos insatisfeita, está um pouco insatisfeita, não está muito satisfeita);
b)    “MEIA diretoria está insatisfeita.” (=metade da diretoria está insatisfeita e a outra metade deve estar satisfeita).

CONFISCO ou DESAPROPRIAÇÃO?
A frase “O governo estadual pretende começar no mês que vem o confisco de imóveis para terminar a linha verde” está errada. Na verdade, haverá “desapropriação de imóveis”.
No caso de uma desapropriação existe alguma forma de indenização, o que não ocorre no confisco.
O que acontece às vezes é uma “indenização tão vagabunda”, que mais parece um “confisco”.
Observe o uso correto da palavra confisco:
“Raoul Wallenberg salvou judeus, mas seu Banco, na Suíça, guardou riquezas confiscadas.”
6ª) A frase “O transatlântico chegou no cais…” está correta?
Quem chega deve chegar “a” algum lugar, e não “em” algum lugar.
Embora alguns autores registrem e alguns professores defendam o “chegar em algum lugar”, nós preferimos a regência tradicional do verbo chegar:
“O transatlântico chegou ao cais…”
4ª) Onde está o erro na frase: “O trabalho é de segunda à sexta-feira, de 12h às 20h”?
São dois erros:
1o) Não há crase: “…de segunda a sexta-feira…”
Só existe a preposição “a “. Não há artigo definido, porque a frase se refere a qualquer segunda-feira e a qualquer sexta-feira. Haveria crase, se houvesse “definição” dos dias: “O congresso será da próxima segunda à sexta-feira.”
2o) Faltou o artigo para definir a hora de início: “…das 12h às 20h”.
Sempre que determinamos a hora, devemos usar o artigo definido. Não haverá a necessidade do artigo definido, se nos referirmos ao tempo de duração: “A reunião será de duas a quatro horas.”
A frase correta, portanto, é: “O trabalho é de segunda a sexta-feira, das 12h às 20h” .
7ª) A concordância na frase: “Não existe idade certa para esse conjunto de sintomas passarem a afligir mulheres adultas” está correta?
O sujeito do verbo PASSAR é “esse conjunto de sintomas”. O sujeito é simples e o núcleo é “conjunto”.
Em razão disso, o verbo passar deveria estar no singular para concordar com o núcleo do sujeito (=conjunto): “Não existe idade certa para esse conjunto de sintomas passar a afligir mulheres adultas”

8ª) Olhos VERDES-CLAROS ou VERDE-CLAROS? Calças VERDES-GARRAFAS ou VERDE-GARRAFAS?
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento vai para o plural:
Consultórios MÉDICO-CIRÚRGICOS
Candidatos SOCIAL-DEMOCRATAS
Atividades TÉCNICO-CIENTÍFICAS
Problemas SOCIOPOLÍTICO-ECONÔMICOS
Cabelos CASTANHO-ESCUROS
Olhos VERDE-CLAROS
Os adjetivos compostos referentes a cores são INVARIÁVEIS quando o segundo elemento for um substantivo:
Calças VERDE-GARRAFA, VERDE-MUSGO, VERDE-OLIVA
Blusas AZUL-CÉU, AZUL-PISCINA, VERDE-MAR, ROSA-CHOQUE, VERMELHO-SANGUE, AMARELO-OURO…
Observe bem a diferença:
Olhos VERDE-CLAROS = cor + adjetivo(=claro ou escuro);
Calças VERDE-GARRAFA = cor + substantivo.
9ª) Qual é o plural de JÚNIOR?
As palavras terminadas em “R” fazem plural com o acréscimo de ES: repórteres, revólveres, açúcares, hambúrgueres, contêineres, mares…
O plural, portanto, é JUNIORES. A novidade é a sílaba tônica, que se desloca da vogal “u” para a vogal “o” (=pronuncia-se /juniôres/).
Se você não gosta do plural de JÚNIOR, porque acha feio ou estranho, a minha sugestão é seguir o exemplo das transmissões esportivas da rede Globo: em vez de dizer que “o Internacional é o tetracampeão de JUNIORES”, podemos usar “de futebol JÚNIOR” ou “da categoria JÚNIOR”. Não será por isso que o Inter deixará de ser TETRA.
10ª) “Maiores OU Mais informações podem ser obtidas pelo telefone”?
Informação não tem tamanho, nem maior nem menor. O que se quer é uma maior quantidade de informações, ou seja, MAIS INFORMAÇÕES.
Para que o ouvinte não faça confusão de “MAIS NOTÍCIAS” com “MÁS NOTÍCIAS”, podemos usar “OUTRAS ou NOVAS notícias”.
11ª) ALUGA-SE ou ALUGAM-SE apartamentos?
A partícula SE é apassivadora. Isso significa que a frase está na voz passiva (=sujeito “sofre” a ação verbal). Apartamentos é o sujeito e está no plural. Portanto, o certo é:
“ALUGAM-SE apartamentos.”
É um caso de voz passiva sintética ou pronominal. Corresponde a “Apartamentos SÃO ALUGADOS”.
Quando vejo escrito numa placa “CONCERTA-SE bicicletas”, primeiro fico imaginando uma “sinfonia” de bicicletas e, depois, a necessidade de CONSERTAR a plaquinha. O certo é: “CONSERTAM-SE bicicletas” (=”bicicletas SÃO CONSERTADAS”).
A partícula SE é apassivadora sempre que houver um “objeto direto” para se transformar em sujeito passivo. O verbo deve concordar com o sujeito:
“VENDE-SE este carro.” (este carro = sujeito no singular);
“VENDEM-SE automóveis.” (automóveis = sujeito plural).
Se NÃO houver “objeto direto” para virar “sujeito passivo”, a partícula SE é indeterminante do sujeito. O sujeito é indeterminado e o verbo concorda no singular:
“PRECISA-SE de operários.” (de operários = objeto indireto);
“VIVE-SE mal nesta cidade.” (mal e nesta cidade = adjuntos adverbiais).
Vejamos mais exemplos:
1. Partícula Apassivadora:
“Apresentaram a ideia de SE CONVOCAREM mulheres e seminaristas para um serviço militar obrigatório.” (=”…a ideia de mulheres e seminaristas SEREM CONVOCADOS…”)
“Cada vez mais SE FAZEM diagnósticos do vírus.” (=”Cada vez mais diagnósticos do vírus SÃO FEITOS.”)
“Não estamos contra que SE TAXEM as propriedades improdutivas.” (=”…que as propriedades improdutivas SEJAM TAXADAS.”)
“Não SE PERCEBERAM ainda todos os erros.” (=Todos os erros ainda não FORAM PERCEBIDOS.”)
“DEVEM-SE EVITAR as formas rebuscadas.” (=As formas rebuscadas DEVEM SER EVITADAS.”)
“Estas são as metas que SE DEVEM ATINGIR.” (=Estas são as metas que DEVEM SER ATINGIDAS.”).
2. Partícula de Indeterminação do Sujeito:
“Não SE NECESSITA mais de todos esses dados.”
“É necessário que SE RECORRA a soluções de impacto.”
“Não SE ACREDITA mais em marcas nacionais.”
12ª) BUJÃO ou BOTIJÃO?
BUJÃO (do francês bouchon) é uma bucha com que se tapam buracos ou tampa de atarrachar. No sentido de recipiente metálico, usado para armazenar produtos voláteis, prefiro a forma BOTIJÃO.
O dicionário Aurélio considera bujão sinônimo de BOTIJÃO, entretanto é importante lembrar que bujão, no sentido de BOTIJÃO, é uma corruptela (=palavra que se corrompe foneticamente). As corruptelas, em geral, são formas características da linguagem popular: milico (de militar), maraca (de Maracanã), buteco (de botequim), fusca (de Volkswagen))

Dúvidas dos leitor

1ª) Vai a ou à Brasília? Vai a ou à Bahia?



Quando vamos sempre vamos a algum lugar. O verbo IR pede a preposição a. O problema é que o nome do lugar (= topônimo) aonde vamos às vezes vem antecedido de artigo definido a, às vezes não.
Enquanto Brasília não apresenta artigo definido, a Bahia é antecedida do artigo definido a. Isso significa que você “VAI À BAHIA” (=proposição a do verbo IR + artigo definido a que antecede a Bahia) e que você “VAI A BRASÍLIA” (=sem crase, porque só há a preposição a do verbo IR).
Se você quer saber com mais rapidez se deve IR À ou A algum lugar (com ou sem o acento da crase), use o seguinte “macete”:
Antes de IR, VOLTE.
Se você volta DA, significa que há artigo: você vai À;
Se você volta DE, significa que não há artigo: você vai A.
Exemplo:
“Você volta DA Bahia”        >      “Você vai À Bahia”
“Você volta DE Brasília”     >      “Você vai A Brasília”
Vamos testar o “macete” em outros exemplos:
“Vou à Inglaterra” (=”Volto DA Inglaterra”)
“Vou a Israel” (=”Volto DE Israel”)
“Vou à Paraíba” (=”Volto DA Paraíba”)
“Vou a Goiás” (=”Volto DE Goiás”)
“Vou a Curitiba” (=”Volto DE Curitiba”)
“Vou à progressista Curitiba” (=”Volto DA progressista Curitiba”)
“Vou à Barra da Tijuca” (=”Volto DA Barra da Tijuca”)
“Vou a Copacabana” (=”Volto DE Copacabana”)
No Rio de Janeiro, a linha 1 metrô é bem interessante: só ocorre crase numa direção:
“Vou em direção à Tijuca” (=”Volto DA Tijuca”);
“Vou em direção a Ipanema” (=”Volto DE Ipanema”).
É importante lembrar que esse macete não se aplica a todos os casos de crase. Na verdade, a dica de hoje só resolve o problema das “viagens”: IR à ou a, DIRIGIR-SE à ou a, VIAJAR à ou a, CHEGAR à ou a …
2ª) Ele é um dos que VIAJOU ou VIAJARAM?
Embora alguns gramáticos considerem esse caso facultativo, a nossa preferência é o PLURAL:
“Ele é um dos que VIAJARAM.”
O raciocínio é o seguinte: “dentre aqueles que VIAJARAM, ele é um”.
Outro motivo que nos leva a preferir o verbo no plural é a concordância nominal. Todos diriam que “ele é um dos artistas mais BRILHANTES” (=que mais BRILHAM). Ninguém usaria o adjetivo BRILHANTE no singular.
Portanto, depois de UM DOS…QUE, faça a concordância com o verbo no PLURAL:
“Dona Zica foi uma das moradoras que SOCORRERAM as vítimas da enchente.”
“Rio de Janeiro é uma das cidades que SERÃO VISITADAS pela comissão julgadora.”
“Chiquinho é um dos jogadores que se DESTACARAM no último campeonato.”
É interessante lembrar que, caso haja ideia de “exclusividade”, o verbo ficará no SINGULAR: “Senhora é um dos romances de José de Alencar que CAIU no último vestibular.” Nesse caso, devemos entender que Senhora é o único romance de José de Alencar que CAIU na prova do vestibular.
3ª) Espero que não haja obstáculos à realização das provas, daqui HÁ ou A uma semana?
O correto é: Espero que não haja obstáculos à realização das provas, daqui A uma semana.
HÁ (=do verbo HAVER) só poderia ser usado caso se referisse a um tempo já transcorrido: “Não nos vemos há uma semana.”
Quando a ideia é de “tempo futuro”, devemos usar a preposição a: “Só nos veremos daqui a uma semana.”
“Espero que não haja obstáculos à realização das provas, daqui a uma semana.”
Resumindo:
Tempo passado: Aconteceu agora há pouco = HÁ (=FAZ);
Tempo futuro: Veja daqui a pouco = A.
4ª) A concordância em “Na região VÊ-SE cadeias de montanhas de todas as formas” está correta?
A partícula SE é apassivadora. Cadeias de montanhas de todas as formas é o “sujeito passivo” e está no plural. O verbo deve concordar no plural: “Na região VEEM-SE cadeias de montanhas de todas as formas.” Corresponde a “Cadeias de montanhas de todas as formas SÃO VISTAS na região”.
5ª) A frase: “Vossa Excelência deve comparecer com vossos convidados à reunião do dia 20. Estamos a vosso dispor para mais esclarecimentos” está correta?
VOSSA EXCELÊNCIA é um pronome de tratamento. Os pronomes de tratamento (=Vossa Santidade, Vossa Majestade, Vossa Senhoria, você …) fazem concordância de 3ª pessoa.
A concordância verbal e pronominal deve ser feita em 3ª pessoa: “Vossa Excelência (=você) DEVE comparecer com SEUS convidados à reunião do dia 20. Estamos a SEU dispor para mais esclarecimentos.”
fonte. Professor Nogueira/globo.com