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Sou professora de Português, e este blog é mais um recurso para ajudar meus alunos em suas atividades escolares. Seleciono textos e atividades que os ajudarão na suas necessidades. Aqui tem resumos dos conteúdos, textos para leitura, exercícios para resolver e resolvidos que se tornarão acessível aos alunos, que por ventura, perderam aula ou que precisam de um reforço escolar. Além disso disponho deste espaço para postar meus poemas, artigos e mensagens variadas. Espero que gostem.

domingo, março 13

dicas de Portugues

1ª) PORQUE, POR QUE, PORQUÊ ou POR QUÊ?
1)    PORQUE é conjunção causal ou explicativa:
“Ele viajou porque foi chamado para assinar o contrato.”
“Ele não foi porque estava doente.”
“Abra a janela porque o calor está insuportável.”
“Ele deve estar em casa porque a luz está acesa.”
2)    PORQUÊ é a forma substantivada (=antecedida de artigo “o” ou “um”):
“Quero saber o porquê da sua decisão.”
“A professora quer um porquê para isso tudo.”
3)    POR QUÊ = no fim da frase (antes de pausa):
“Ele não viajou por quê?”
“Se ele mentiu, eu queria saber por quê.”
“Quero saber por quê, onde e quando.”
4)    POR QUE
a)    em frases interrogativas diretas ou indiretas:
“Por que você não foi?” (=pergunta direta)
“Gostaria de saber por que você não foi.” (=pergunta indireta)
b)    quando for substituível por por qual, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais:
“Só eu sei as esquinas por que passei.” (=pelas quais)
“É um drama por que muitos estão passando.” (=pelo qual)
c)    quando houver a palavra motivo antes, depois ou subentendida:
“Desconheço os motivos por que a viagem foi adiada.” (=pelos quais)
“Não sei por que motivo ele não veio.” (=por qual)
“Não sei por que ele não veio.” (=por que motivo, por qual motivo)
2ª)  MAL ou MAU?
1)    MAU é adjetivo e se opõe a BOM:
“Ele é um MAU profissional.” (x BOM profissional);
“Ele está de MAU humor. “ (x BOM humor);
“O lobo MAU…” (x O lobo BOM…)
2)    MAL pode ser:
a)    advérbio (=opõe-se a BEM):
“Ele está trabalhando MAL.” (x trabalhando BEM);
“Ele foi MAL treinado.” (x BEM treinado);
“Ele se comportou muito MAL.” (x se comportou muito BEM)
b)    conjunção (=logo que, assim que, quando):
“MAL você chegou, todos se levantaram.” (=assim que você chegou);
“MAL saiu de casa, foi assaltado.” (=logo que saiu de casa)
c)    substantivo (=doença, defeito, problema):
“Ele está com um MAL incurável.” (=doença);
“O seu MAL é não ouvir os outros.” (=defeito). 



3ª) “Meio-dia e MEIO ou MEIA?”
O certo é “meio-dia e MEIA”.
MEIO (=metade) é um numeral fracionário. Os numerais devem concordar com os substantivos a que se referem: UMA hora da tarde, DUAS mil pessoas, DUZENTOS gramas de mortadela, PRIMEIRO candidato, SEGUNDA questão…
Observe mais alguns exemplos:
“Chupou MEIO limão e MEIA laranja.”
“Leu um capítulo e MEIO.” (=meio capítulo)
“Leu uma página e MEIA.” (=meia página)
“Bebeu um litro e MEIO de vodca.” (=meio litro)
“Bebeu uma garrafa e MEIA de cerveja.” (=meia garrafa)
“São duas e MEIA da tarde.” (=meia hora)
“É meia-noite e MEIA.” (=meia hora)
“É meio-dia e MEIA.” (=meia hora)
6ª) “Ela ficou MEIA ou MEIO nervosa?”
O certo é “MEIO nervosa”.
MEIO (=mais ou menos, um pouco) é advérbio de intensidade. Os advérbios não se flexionam.
Observe os exemplos:
“A aluna ficou MUITO nervosa.”
“A aluna ficou POUCO nervosa.”
Logo:          “A aluna ficou MEIO nervosa.”
Para facilitar a nossa vida, podemos decorar o seguinte:
“MEIO, no sentido de “mais ou menos”, é sempre MEIO (forma não flexionada = masculino singular).”
“Ela estava MEIO aborrecida.”
“Os clientes andam MEIO insatisfeitos.”
Observe a diferença:
a)    “A diretoria está MEIO insatisfeita.” (=a diretoria está mais ou menos insatisfeita, está um pouco insatisfeita, não está muito satisfeita);
b)    “MEIA diretoria está insatisfeita.” (=metade da diretoria está insatisfeita e a outra metade deve estar satisfeita).

CONFISCO ou DESAPROPRIAÇÃO?
A frase “O governo estadual pretende começar no mês que vem o confisco de imóveis para terminar a linha verde” está errada. Na verdade, haverá “desapropriação de imóveis”.
No caso de uma desapropriação existe alguma forma de indenização, o que não ocorre no confisco.
O que acontece às vezes é uma “indenização tão vagabunda”, que mais parece um “confisco”.
Observe o uso correto da palavra confisco:
“Raoul Wallenberg salvou judeus, mas seu Banco, na Suíça, guardou riquezas confiscadas.”
6ª) A frase “O transatlântico chegou no cais…” está correta?
Quem chega deve chegar “a” algum lugar, e não “em” algum lugar.
Embora alguns autores registrem e alguns professores defendam o “chegar em algum lugar”, nós preferimos a regência tradicional do verbo chegar:
“O transatlântico chegou ao cais…”
4ª) Onde está o erro na frase: “O trabalho é de segunda à sexta-feira, de 12h às 20h”?
São dois erros:
1o) Não há crase: “…de segunda a sexta-feira…”
Só existe a preposição “a “. Não há artigo definido, porque a frase se refere a qualquer segunda-feira e a qualquer sexta-feira. Haveria crase, se houvesse “definição” dos dias: “O congresso será da próxima segunda à sexta-feira.”
2o) Faltou o artigo para definir a hora de início: “…das 12h às 20h”.
Sempre que determinamos a hora, devemos usar o artigo definido. Não haverá a necessidade do artigo definido, se nos referirmos ao tempo de duração: “A reunião será de duas a quatro horas.”
A frase correta, portanto, é: “O trabalho é de segunda a sexta-feira, das 12h às 20h” .
7ª) A concordância na frase: “Não existe idade certa para esse conjunto de sintomas passarem a afligir mulheres adultas” está correta?
O sujeito do verbo PASSAR é “esse conjunto de sintomas”. O sujeito é simples e o núcleo é “conjunto”.
Em razão disso, o verbo passar deveria estar no singular para concordar com o núcleo do sujeito (=conjunto): “Não existe idade certa para esse conjunto de sintomas passar a afligir mulheres adultas”

8ª) Olhos VERDES-CLAROS ou VERDE-CLAROS? Calças VERDES-GARRAFAS ou VERDE-GARRAFAS?
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento vai para o plural:
Consultórios MÉDICO-CIRÚRGICOS
Candidatos SOCIAL-DEMOCRATAS
Atividades TÉCNICO-CIENTÍFICAS
Problemas SOCIOPOLÍTICO-ECONÔMICOS
Cabelos CASTANHO-ESCUROS
Olhos VERDE-CLAROS
Os adjetivos compostos referentes a cores são INVARIÁVEIS quando o segundo elemento for um substantivo:
Calças VERDE-GARRAFA, VERDE-MUSGO, VERDE-OLIVA
Blusas AZUL-CÉU, AZUL-PISCINA, VERDE-MAR, ROSA-CHOQUE, VERMELHO-SANGUE, AMARELO-OURO…
Observe bem a diferença:
Olhos VERDE-CLAROS = cor + adjetivo(=claro ou escuro);
Calças VERDE-GARRAFA = cor + substantivo.
9ª) Qual é o plural de JÚNIOR?
As palavras terminadas em “R” fazem plural com o acréscimo de ES: repórteres, revólveres, açúcares, hambúrgueres, contêineres, mares…
O plural, portanto, é JUNIORES. A novidade é a sílaba tônica, que se desloca da vogal “u” para a vogal “o” (=pronuncia-se /juniôres/).
Se você não gosta do plural de JÚNIOR, porque acha feio ou estranho, a minha sugestão é seguir o exemplo das transmissões esportivas da rede Globo: em vez de dizer que “o Internacional é o tetracampeão de JUNIORES”, podemos usar “de futebol JÚNIOR” ou “da categoria JÚNIOR”. Não será por isso que o Inter deixará de ser TETRA.
10ª) “Maiores OU Mais informações podem ser obtidas pelo telefone”?
Informação não tem tamanho, nem maior nem menor. O que se quer é uma maior quantidade de informações, ou seja, MAIS INFORMAÇÕES.
Para que o ouvinte não faça confusão de “MAIS NOTÍCIAS” com “MÁS NOTÍCIAS”, podemos usar “OUTRAS ou NOVAS notícias”.
11ª) ALUGA-SE ou ALUGAM-SE apartamentos?
A partícula SE é apassivadora. Isso significa que a frase está na voz passiva (=sujeito “sofre” a ação verbal). Apartamentos é o sujeito e está no plural. Portanto, o certo é:
“ALUGAM-SE apartamentos.”
É um caso de voz passiva sintética ou pronominal. Corresponde a “Apartamentos SÃO ALUGADOS”.
Quando vejo escrito numa placa “CONCERTA-SE bicicletas”, primeiro fico imaginando uma “sinfonia” de bicicletas e, depois, a necessidade de CONSERTAR a plaquinha. O certo é: “CONSERTAM-SE bicicletas” (=”bicicletas SÃO CONSERTADAS”).
A partícula SE é apassivadora sempre que houver um “objeto direto” para se transformar em sujeito passivo. O verbo deve concordar com o sujeito:
“VENDE-SE este carro.” (este carro = sujeito no singular);
“VENDEM-SE automóveis.” (automóveis = sujeito plural).
Se NÃO houver “objeto direto” para virar “sujeito passivo”, a partícula SE é indeterminante do sujeito. O sujeito é indeterminado e o verbo concorda no singular:
“PRECISA-SE de operários.” (de operários = objeto indireto);
“VIVE-SE mal nesta cidade.” (mal e nesta cidade = adjuntos adverbiais).
Vejamos mais exemplos:
1. Partícula Apassivadora:
“Apresentaram a ideia de SE CONVOCAREM mulheres e seminaristas para um serviço militar obrigatório.” (=”…a ideia de mulheres e seminaristas SEREM CONVOCADOS…”)
“Cada vez mais SE FAZEM diagnósticos do vírus.” (=”Cada vez mais diagnósticos do vírus SÃO FEITOS.”)
“Não estamos contra que SE TAXEM as propriedades improdutivas.” (=”…que as propriedades improdutivas SEJAM TAXADAS.”)
“Não SE PERCEBERAM ainda todos os erros.” (=Todos os erros ainda não FORAM PERCEBIDOS.”)
“DEVEM-SE EVITAR as formas rebuscadas.” (=As formas rebuscadas DEVEM SER EVITADAS.”)
“Estas são as metas que SE DEVEM ATINGIR.” (=Estas são as metas que DEVEM SER ATINGIDAS.”).
2. Partícula de Indeterminação do Sujeito:
“Não SE NECESSITA mais de todos esses dados.”
“É necessário que SE RECORRA a soluções de impacto.”
“Não SE ACREDITA mais em marcas nacionais.”
12ª) BUJÃO ou BOTIJÃO?
BUJÃO (do francês bouchon) é uma bucha com que se tapam buracos ou tampa de atarrachar. No sentido de recipiente metálico, usado para armazenar produtos voláteis, prefiro a forma BOTIJÃO.
O dicionário Aurélio considera bujão sinônimo de BOTIJÃO, entretanto é importante lembrar que bujão, no sentido de BOTIJÃO, é uma corruptela (=palavra que se corrompe foneticamente). As corruptelas, em geral, são formas características da linguagem popular: milico (de militar), maraca (de Maracanã), buteco (de botequim), fusca (de Volkswagen))

Dúvidas dos leitor

1ª) Vai a ou à Brasília? Vai a ou à Bahia?



Quando vamos sempre vamos a algum lugar. O verbo IR pede a preposição a. O problema é que o nome do lugar (= topônimo) aonde vamos às vezes vem antecedido de artigo definido a, às vezes não.
Enquanto Brasília não apresenta artigo definido, a Bahia é antecedida do artigo definido a. Isso significa que você “VAI À BAHIA” (=proposição a do verbo IR + artigo definido a que antecede a Bahia) e que você “VAI A BRASÍLIA” (=sem crase, porque só há a preposição a do verbo IR).
Se você quer saber com mais rapidez se deve IR À ou A algum lugar (com ou sem o acento da crase), use o seguinte “macete”:
Antes de IR, VOLTE.
Se você volta DA, significa que há artigo: você vai À;
Se você volta DE, significa que não há artigo: você vai A.
Exemplo:
“Você volta DA Bahia”        >      “Você vai À Bahia”
“Você volta DE Brasília”     >      “Você vai A Brasília”
Vamos testar o “macete” em outros exemplos:
“Vou à Inglaterra” (=”Volto DA Inglaterra”)
“Vou a Israel” (=”Volto DE Israel”)
“Vou à Paraíba” (=”Volto DA Paraíba”)
“Vou a Goiás” (=”Volto DE Goiás”)
“Vou a Curitiba” (=”Volto DE Curitiba”)
“Vou à progressista Curitiba” (=”Volto DA progressista Curitiba”)
“Vou à Barra da Tijuca” (=”Volto DA Barra da Tijuca”)
“Vou a Copacabana” (=”Volto DE Copacabana”)
No Rio de Janeiro, a linha 1 metrô é bem interessante: só ocorre crase numa direção:
“Vou em direção à Tijuca” (=”Volto DA Tijuca”);
“Vou em direção a Ipanema” (=”Volto DE Ipanema”).
É importante lembrar que esse macete não se aplica a todos os casos de crase. Na verdade, a dica de hoje só resolve o problema das “viagens”: IR à ou a, DIRIGIR-SE à ou a, VIAJAR à ou a, CHEGAR à ou a …
2ª) Ele é um dos que VIAJOU ou VIAJARAM?
Embora alguns gramáticos considerem esse caso facultativo, a nossa preferência é o PLURAL:
“Ele é um dos que VIAJARAM.”
O raciocínio é o seguinte: “dentre aqueles que VIAJARAM, ele é um”.
Outro motivo que nos leva a preferir o verbo no plural é a concordância nominal. Todos diriam que “ele é um dos artistas mais BRILHANTES” (=que mais BRILHAM). Ninguém usaria o adjetivo BRILHANTE no singular.
Portanto, depois de UM DOS…QUE, faça a concordância com o verbo no PLURAL:
“Dona Zica foi uma das moradoras que SOCORRERAM as vítimas da enchente.”
“Rio de Janeiro é uma das cidades que SERÃO VISITADAS pela comissão julgadora.”
“Chiquinho é um dos jogadores que se DESTACARAM no último campeonato.”
É interessante lembrar que, caso haja ideia de “exclusividade”, o verbo ficará no SINGULAR: “Senhora é um dos romances de José de Alencar que CAIU no último vestibular.” Nesse caso, devemos entender que Senhora é o único romance de José de Alencar que CAIU na prova do vestibular.
3ª) Espero que não haja obstáculos à realização das provas, daqui HÁ ou A uma semana?
O correto é: Espero que não haja obstáculos à realização das provas, daqui A uma semana.
HÁ (=do verbo HAVER) só poderia ser usado caso se referisse a um tempo já transcorrido: “Não nos vemos há uma semana.”
Quando a ideia é de “tempo futuro”, devemos usar a preposição a: “Só nos veremos daqui a uma semana.”
“Espero que não haja obstáculos à realização das provas, daqui a uma semana.”
Resumindo:
Tempo passado: Aconteceu agora há pouco = HÁ (=FAZ);
Tempo futuro: Veja daqui a pouco = A.
4ª) A concordância em “Na região VÊ-SE cadeias de montanhas de todas as formas” está correta?
A partícula SE é apassivadora. Cadeias de montanhas de todas as formas é o “sujeito passivo” e está no plural. O verbo deve concordar no plural: “Na região VEEM-SE cadeias de montanhas de todas as formas.” Corresponde a “Cadeias de montanhas de todas as formas SÃO VISTAS na região”.
5ª) A frase: “Vossa Excelência deve comparecer com vossos convidados à reunião do dia 20. Estamos a vosso dispor para mais esclarecimentos” está correta?
VOSSA EXCELÊNCIA é um pronome de tratamento. Os pronomes de tratamento (=Vossa Santidade, Vossa Majestade, Vossa Senhoria, você …) fazem concordância de 3ª pessoa.
A concordância verbal e pronominal deve ser feita em 3ª pessoa: “Vossa Excelência (=você) DEVE comparecer com SEUS convidados à reunião do dia 20. Estamos a SEU dispor para mais esclarecimentos.”
fonte. Professor Nogueira/globo.com

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